sexta-feira, 30 de maio de 2014

Já vai tarde...

Associação Nacional de Magistrados critica Barbosa e diz que sua presidência foi marcada por ‘déficit democrático’

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) aproveitou o anúncio da aposentadoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa para criticar o período que ele esteve na presidência da Corte. Em nota divulgada nesta quinta-feira, a entidade afirma que espera que a saída dele da Corte marque a volta do diálogo com o setor e o STF. A Anamatra também destacou que o período de Barbosa na presidência foi marcado pelo “déficit democrático”.
“Para a Anamatra, a passagem de Sua Excelência pelo Supremo Tribunal Federal e pelo CNJ não contribuiu para o aprimoramento do necessário diálogo com as instituições republicanas e com as entidades de classe, legítimas representantes da magistratura, marcando, assim, um período de déficit democrático”, afirmou a entidade, em nota assinada pelo seu presidente, Paulo Luiz Schmidt.
Essa não é a primeira vez que a entidade se manifesta contra Barbosa. Em agosto do ano passado, a Anamatra e outras entidades da magistratura divulgaram uma nota de repúdio sobre Barbosa, após o ministro acusar o colega Ricardo Lewandowski de fazer chicana.
Ainda na manifestação da Anamatra divulgada hoje, a entidade afirma que confia que com a saída dele “haverá a reconstrução das pontes que viabilizam a retomada do diálogo institucional”.
Na nota, a Anamatra ainda afirma que os erros e acertos de Barbosa serão mostrados pela história.
“A decisão do ministro Joaquim Barbosa quanto à aposentadoria é só dele e deve ser respeitada. A história dirá mais tarde, distanciada de debates ideológicos, sobre seus erros e acertos, como ocorre com todos os personagens da vida pública”, afirmou.
Barbosa passou nesta quinta-feira pela Senado e pela Câmara dos Deputados para anunciar sua aposentadoria aos presidentes das duas casas. Ele comunicou ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) que deixará o tribunal. Depois, ele conversou com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Aves (PMDB-RN). Segundo Alves, Barbosa disse que agora “vai se dedicar à vida privada”.

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