sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Pesquisa liga adoçantes a risco maior de diabetes

O consumo de adoçantes artificiais, como aspartame, sucralose e sacarina, pode elevar o nível de glicose no sangue e causar doenças metabólicas semelhantes às associadas à obesidade, segundo um estudo publicado na revista Nature.
Segundo a pesquisa, pessoas que consomem esses produtos regularmente como substitutos do açúcar, com o objetivo de perder ou evitar o ganho de peso, podem estar colocando sua saúde em risco da mesma forma que uma pessoa obesa.
Em experimentos com camundongos, realizados em Israel, os pesquisadores demonstram que o consumo desses adoçantes artificiais — que milhões de pessoas colocam em seu cafezinho diariamente e estão presentes em um grande número de produtos “light” ou “diet” no supermercado— pode causar a chamada intolerância à glicose, uma condição metabólica que inclui várias doenças caracterizadas pelo excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia); entre elas, a diabetes tipo 2.
“Nossas descobertas sugerem que os adoçantes artificias não calóricos (NAS, na sigla em inglês) podem ter contribuído diretamente para piorar exatamente a epidemia que lhes cabia combater”, escrevem os pesquisadores, do Weizmann Institute of Science, referindo-se à epidemia de obesidade que se espalhou pelo mundo nas últimas décadas e que está, em grande parte, associada ao aumento no consumo de açúcares.
Esse “tiro pela culatra” metabólico ocorre, segundo eles, porque os adoçantes alteram a composição da microbiota (ou flora) intestinal — o conjunto das bactérias que vivem dentro do intestino humano e são fundamentais para uma série de processos fisiológicos ligados à alimentação —, e essas alterações aumentam a quantidade de glicose no sangue. Ou seja: a pessoa evita o ganho de peso associado às calorias do açúcar, mas sofre os efeitos fisiológicos do excesso de peso da mesma forma, pelo menos no que diz respeito à glicemia.

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