Vereador desmente prefeito e diz que avisou renúncia antes da imprensa

Vereador comunicou Carlos Eduardo uma semana antes de avisar a jornais

Ofício, carta protocolada na Prefeitura de Natal e, por último, uma nota enviada para a imprensa. Foi nessa ordem que o vereador Júlio Protásio, do PSB, comunicou a sua renúncia ao posto de líder do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT). Por isso, em contato com O Jornal de Hoje, o parlamentar não escondeu sua estranheza com as declarações recentes do prefeito, que disse em entrevista na manhã desta terça-feira que soube “pela imprensa” da renúncia dele.

Segundo Júlio Protásio, a Prefeitura foi a primeira a saber da decisão dele de renunciar ao cargo de líder. Foi para ela que o vereador diz ter enviado um ofício ainda no dia 2 de fevereiro – uma semana antes do comunicado a imprensa. Depois, Júlio contou que enviou uma carta, protocolada junto ao Gabinete do prefeito. Só após todo esse processo, o vereador decidiu avisar aos jornalistas que havia renunciado ao cargo.

Nesse período é importante ressaltar que o vereador não foi convidado nem uma vez pelo prefeito para rever sua decisão. No mesmo dia que o assunto se tornou público, na última segunda-feira, o prefeito teria dito que iria convidar Júlio Protásio para “repensar” sua decisão, mas até o momento também não teria havido qualquer convite. “Se for convidado, acredito que será para ajudar na escolha do novo líder”, deixou claro o vereador.

No dia seguinte, desmentido sobre o convite, Carlos Eduardo amenizou a escolha do líder. Disse que iria priorizar outras áreas e que tinha sido havido da renúncia “pelo jornal”. Essa, vale lembrar, é uma postura semelhante a que tomou em 2013, quando Júlio Protásio renunciou motivado também por insatisfações pessoais dele com algumas ações do Executivo.

Depois de algumas derrotas na Câmara Municipal, porém, o prefeito decidiu dar maior atenção ao caso e chamou Júlio Protásio, oficialmente, para conversar. Voltou atrás em algumas ações que haviam deixado o líder insatisfeito (o encerramento do Proeduc e o fechamento do posto de saúde do Jiqui) e conseguiu convencer Júlio a voltar ao posto. (CM)