segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A lista de políticos no Petrolão, a bomba maior

Depois que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra nove pessoas por suspeita de participação em crimes como corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro, e  com a aceitação da denúncia os nove se tornam réus em ação penal – ainda não há decisão sobre os outros 27 nomes denunciados pelo MPF -, nomes de políticos supostamente também envolvidos no esquema começam a vazar.
Hoje, o jornalista Cláudio Humberto divulga em sua coluna que investigadores da Lava Jato acreditam que as letras “SC”, ao lado do número “8140”, em um manuscrito apreendido na sede da empreiteira Queiroz Galvão, são as iniciais do ex-governador Sergio Cabral, que não disputou a eleição de 2014. Na lista, há vários políticos do Rio de Janeiro, como o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), mencionado como “Pé Grande”, e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Outros políticos do PMDB, além de Cabral, Pezão e Picciani, o senador Romero Jucá (RR) também é citado no manuscrito apreendido pela PF, diz o jornalista.
Até agora o nome do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), embora tenha sido citado na delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ao MPF, não apareceu em listas do esquema – ao menos ainda não foi vazado. No entanto, como o Supremo Tribunal Federal acatou a delação premiada do ex-diretor da Petrobras, o nome de Henrique Alves deve está sobre a mesa do relator do processo, ministro Teori Zavascki. Na delação o ex-diretor contou a policiais federais e procuradores detalhes sobre um suposto esquema de corrupção na Petrobras e apontou os envolvidos, inclusive figurões da República, entre eles o presidente da Câmara.
Fato é que o cerco começa a se fechar e embora não se possa divulgar os nomes dos políticos envolvidos no Petrolão, já que estes têm fórum privilegiado, as listas encontradas nos escritórios das construtoras envolvidas no esquema podem trazer novas revelações, ou confirmações. Não custa lembrar que o juiz Sérgio Moro ainda não aceitou a denúncia feita pelo MPF – pelo menos nesse primeiro momento – contra dirigentes das maiores empreiteiras do Brasil como Camargo Corrêa, Mendes Júnior e OAS, có-participantes no esquema do Petrolão, segundo o MPF.
O jornal O Globo, em sua edição deste domingo destaca que com uma bomba prestes a explodir, a divulgação dos nomes dos políticos envolvidos, a Operação Lava Jato já desbaratou um esquema que desviou dos cofres públicos pelo menos seis vezes mais recursos do que o mensalão. O MPF pede o ressarcimento de R$ 1,1 bilhão obtidos de maneira fraudulenta pelos acusados de participação no chamado petrolão. Nas investigações do mensalão, em 2005, o Tribunal de Contas da União, a Polícia Federal e o Ministério Público apontaram o desvio de R$ 170 milhões, em valores já corrigidos monetariamente, lembra a reportagem.
Como se observa, o estopim da bomba maior – o que seria a revelação oficial dos políticos envolvidos no Petrolão – ainda não foi detonado. Quando isso ocorrer, metade da República virá abaixo.
A conferir!

Nenhum comentário: